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Salário médio de Alagoas é o segundo menor do Brasil

Alagoas apresenta o segundo menor salário médio do Brasil, com R$ 2.645,65. Esse valor fica apenas acima da Paraíba, que possui média salarial de R$ 2.636,31. Ambos os valores correspondem a aproximadamente 2,2 salários mínimos.

O Nordeste é a região com os menores salários médios do Brasil, de acordo com o estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que leva em consideração os números obtidos no ano de 2022.

As razões da renda média baixa de Alagoas são conhecidas e estruturais: economia mais pobre, mercado estreito, com menor número de unidades empresariais mais a formação técnica e profissional limitada, que prejudica o perfil médio dos trabalhadores.

“Além disso, o mercado de trabalho é precário: de um total de 400 mil, 135 mil são desocupados, 112 mil trabalham em tempo parcial e 151 mil estão desalentados. Esse conjunto de 400 mil pessoas pressiona para baixo o valor da força de trabalho”, explica Cícero Péricles Carvalho, professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e doutor em economia.

Existem soluções para o problema, segundo o especialista, especialmente em duas vertentes: o crescimento da economia por meio de mais indústrias, construção civil, agricultura moderna e afins, para gerar alternativas de empregos, e a formação de mão de obra qualificada, elevando a escolaridade e ampliando os cursos técnico-profissionalizantes, o que fará com que esses trabalhadores recebam melhor salário.

“Um exemplo positivo: a mão de obra na área da saúde, com a ampliação da rede hospitalar e a abertura de muitas escolas profissionalizantes, formadoras de técnicos para o setor. Na área da saúde, a empregabilidade é alta e os salários são razoáveis", complementou.

Agora, à beira do segundo semestre e já no período de chuvas, com baixa adesão no setor de turismo, outros problemas se somam e levam o índice de empregos para baixo: entressafra da cana, diminuição do ritmo da construção e de vendas menores no comércio e serviços.

"Nestes meses de chuva (de março a julho), o desemprego cresce. No segundo semestre, é o contrário: chega a alta estação do turismo, a construção civil acelera as obras de final de ano, vem a safra da cana, o comércio e o setor de serviços aproveitam o período de vendas maiores, principalmente entre setembro e dezembro. Nesse período, crescem as contratações. Este ano, estamos, de janeiro a maio, com 13 mil empregos a menos; mas, em dezembro estaremos com números positivos. Igual a 2023", analisou o professor.

Em 2022, segundo a pesquisa do IBGE, os trabalhadores assalariados na região Nordeste receberam, em média, R$ 2.809,16 por mês, enquanto a média nacional foi de R$ 3.542,19 - uma diferença de 26,1%.

O estudo foi feito com base no Cadastro Central de Empresas (CEMPRE), que reúne dados de empresas e seus empregados. Os dados não incluem os empresários enquadrados como Microempreendedor Individual (MEI).

O Distrito Federal teve o maior salário médio em 2022, com média de R$ 5.902,12 - o que equivale a 4 salários mínimos da época.

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