Segundo o boletim médico, Juan faleceu em decorrência de morte encefálica após uma parada cardiorrespiratória associada à arritmia cardíaca.
O Nacional também divulgou uma nota lamentando a morte do jogador.
"Com a mais profunda dor e impacto em nossos corações, o Club Nacional de Football comunica o falecimento do nosso querido jogador Juan Izquierdo. Expressamos nossas mais sinceras condolências a sua família, amigos e colegas. Todo o Nacional está de luto por sua perda irreparável. Descanse em paz. Juan estará para sempre conosco".
Juan foi internado na quinta-feira (22), após sofrer passar mal em campo, durante a partida do Nacional contra o São Paulo pelas oitavas de final da Conmebol Libertadores.
Segundo boletim médico divulgado na noite da segunda-feira (26), ele estava "dependente de ventilação mecânica e com quadro neurológico crítico".

O jogador Juan Izquierdo, do Nacional do Uruguai, cai desacordado no meio do campo do estádio do Morumbis, durante partido contra o São Paulo, pela Copa Libertadores, em 22 de agosto. — Foto: ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Em boletim médico divulgado na noite do domingo (25), a equipe médica afirmou que Juan Izquierdo estava entubado e com "progressão do comprometimento cerebral e aumento da pressão intracraniana", segundo o hospital.
“Internado desde o dia 22 de agosto de 2024, às 20h55, o paciente Juan Manuel Izquierdo foi submetido a novos exames neste domingo (25/8). A avaliação demonstrou progressão do comprometimento cerebral e aumento da pressão intracraniana”, relatou o comunicado.
Em nota, o São Paulo Futebol Clube publicou uma homenagem ao jogador: "Vivemos dias de orações, união e esperança, e hoje estamos em profunda tristeza com a notícia do falecimento de Juan Izquierdo, atleta do @nacional. Nossas condolências aos familiares, amigos, colegas de trabalho, torcedores do Nacional e a todo o povo uruguaio neste momento de dor. Um dia triste para o futebol. Descanse em paz, Juan".
Juan deixa a esposa, e dois filhos. A mais nova nasceu há pouco mais de uma semana.

Mensagem da esposa do jogador Juan Izquierdo pede orações pelo marido, internado em São Paulo. — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Doença detectada aos 17 anos
O secretário nacional de Esporte do Uruguai, Sebastián Bauzá, afirmou nesta segunda-feira (22), durante participação no programa esportivo uruguaio "Minuto 1", da rádio Carve Deportiva, que Izquierdo havia detectado uma arritmia no coração em 2014, quando tinha 17 anos.
“Há 10 anos, foram feitos exames com o elenco do Cerro, onde jogava o Juan Izquierdo naquele momento. Ele passou por um eletrocardiograma. Juan tinha 17 anos, tinha uma pequena arritmia e foi informado”, revelou Sebastián Bauzá.
De acordo com o secretário nacional de Esporte do Uruguai, esse exame com Izquierdo foi feito através do programa de governo "Gol para o Futuro", que trabalha com as categorias de base de todos os clubes do país, desde 2009.
Ter detectada uma arritmia não significa que a pessoa não possa jogar futebol, explicou Bauzá.
“Há que se controlar, e estamos seguros que os médicos dos diferentes clubes por onde ele passou controlaram isso”, declarou.
Ainda segundo a autoridade uruguaia, foram feitos mais de 5.200 exames cardiológicos nesse programa, no qual 134 deram problemas que foram encaminhados para especialistas.
Conceito
De forma geral, o coração bate mais lentamente durante o repouso e em ritmo mais acelerado em situações de maior esforço ou emoção. Em algumas pessoas, entretanto, os batimentos cardíacos podem sair do compasso. Dados da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac) indicam que a condição pode acometer uma em cada quatro pessoas ao longo da vida e é responsável pela morte súbita de cerca de 300 mil brasileiros todos os anos.
Por definição, as arritmias cardíacas são alterações na geração ou na condução do estímulo elétrico do coração, modificando o ritmo dos batimentos cardíacos. Em seu estado normal, chamado de ritmo sinusal, o coração contrai ritmicamente, em consequência dos disparos elétricos feitos de forma regular.
“Quando não há essa regularidade, ocorre uma perturbação do ritmo cardíaco, conhecida como arritmia. Se for rápida e totalmente irregular, pode estar relacionada à fibrilação atrial”, destacou a entidade, ao citar o tipo mais comum da doença.
Tipos
As arritmias cardíacas, geralmente, se manifestam de três maneiras: quando o coração bate muito devagar (bradicardia), quando o coração bate rápido demais (taquicardia) ou quando o coração bate de forma irregular (fibrilação atrial, flutter atrial e extrassistoles ventriculares, entre outras condições).
A fibrilação atrial, tipo de arritmia sustentada mais frequente, tem maior incidência entre idosos e acontece quando os átrios (câmaras superiores do coração) tremem ou fibrilam desajustadamente, causando batimentos irregulares e, geralmente, rápidos. Além de poder causar insuficiência cardíaca, facilitam a formação de coágulos no interior dos átrios, que podem se desprender e causar acidentes vasculares cerebrais (AVCs).
Prevenção
Para prevenir arritmias cardíacas, assim como outras doenças do aparelho cardiovascular, a Sobrac recomenda a adoção de hábitos de vida saudáveis, incluindo:
- alimentação balanceada, rica em verduras, legumes, frutas e cereais;
- moderar e, se possível, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e energéticos;
- cuidar da saúde emocional;
- evitar o sedentarismo por meio da prática regular de atividades físicas, desde que seja feita avaliação cardiológica do indivíduo antes de iniciar uma rotina de exercícios físicos mais intensos;
- consultar periodicamente um cardiologista.
Diagnóstico
Ainda de acordo com a entidade, o diagnóstico inicial da arritmia cardíaca pode ser feito por meio de uma simples medição do pulso. “Coloque os dedos indicador e médio na parte interna do pulso, sobre o local onde se sente a pulsação que corresponde aos batimentos cardíacos. Conte o número de impulsos por 15 segundos e multiplique o valor por quatro”.
O resultado alcançado pela medição é a frequência cardíaca, ou seja, o número de batimentos por minuto (BPM). Em condições normais, incluindo o repouso e atividades leves habituais, a frequência cardíaca deve variar entre 50 e 100 BPM. Acima de 100 BPM, o quadro é classificado como taquicardia e abaixo de 50 BPM, como bradicardia. Na fibrilação atrial, os impulsos são irregulares.