Apenas 7 minutos. Este é o tempo que um abusador experiente leva para atrair uma criança online e marcar um encontro com ela através das redes sociais, segundo a Polícia Federal. Por conta do período de férias escolares, crianças e adolescentes ficam mais tempo em frente às telas e expostas a criminosos. Diante disso, a PF elaborou uma série de orientações para os pais e responsáveis para evitar que as crianças e jovens tenham contato com estes criminosos.
Pesquisas recentes mostram que 8 em cada 10 adolescentes brasileiros já estão nas redes sociais e por isso a supervisão, monitoramento e orientação são importantes para garantir a segurança.
Segundo a PF, a cada 8 minutos uma criança é violentada no Brasil. Além disso, uma foto de nudez da criança chega a valer R$ 5 mil e um vídeo com cenas de abuso chega a R$ 10 mil.
No ano de 2024 foram realizadas pela Polícia Federal em todo o Brasil 719 operações com 293 presos e 661 Mandados de Busca Cumpridos. Em Pernambuco, foram 20 operações com 31 presos e 15 mandados de busca cumpridos. Dentre os presos estão: professores, animadores de festas infantis, motoristas de escolas, parentes das crianças (pais, tios), policiais, servidores públicos, dentre outros.
Dentre os crimes cometidos contra crianças e adolescentes estão o armazenamento, compartilhamento, produção e venda de conteúdo pornográfico infantil, cujas penas somadas ultrapassam os 26 anos de reclusão. Em janeiro de 2024 tais crimes passaram a ser considerados hediondos, portanto, sem direito à fiança.
A PF destaca que os abusadores de crianças utilizam Lan Houses para não serem identificados. Usam perfis falsos, negam a idade, nome, endereço e se fazem passar por crianças e adolescentes e negam informações fornecidas pela própria criança em suas redes sociais para atrair a atenção delas.
Além disso, eles abordam temas sexuais de forma sutil, usando fábulas para reduzir a sua inibição e cativá-la, perguntam onde fica o computador na casa e se existe algum adulto vendo a conversa dos dois.
Para conseguir se aproximar das vítimas, os abusadores se mostram interessados nos problemas das crianças e oferecem ajuda, convencem os menores de idade a ligar a webcam para conseguir imagens e vídeos.
Comportamento
A Polícia Federal destaca que as crianças que são molestadas mudam de comportamento ficando retraídas, deprimidas, isoladas e tristes, apresentam choro em demasia, têm queda no rendimento escolar e dificuldade na aprendizagem e não querem mais frequentar as aulas quando o abusador é da escola;
Quando o abuso é dentro de casa, as crianças se recusam a ficar perto do parente, ficam agressivas, desenvolvem uma perda da autoestima e se podem chegar a se mutilar.
Os pais devem ter um vínculo próximo e desconfiança com os filhos
A Polícia Federal recomenda que os pais mantenham um diálogo aberto e de confiança com os filhos e pontua que, em alguns casos, a rotina de trabalho acaba afastando este vínculo familiar.
Perguntas sobre o dia a dia do filho podem ajudar a desenvolver uma cumplicidade e entender o bem-estar da criança.
Não permitir horas de exposição às telas
A OMS (Organização Mundial de Saúde), Sociedade Brasileira de Pediatria, recomenda que os pais estabeleçam limites de uso dos celulares e computadores aos seus filhos. A primeira recomendação é que crianças de 0 a 2 (dois) anos não devem ser expostas a telas em nenhum momento.
É recomendado o período de 1 hora por dia para crianças de 2 a 5 anos, tempo de 1 a 2 horas por dia para faixas etárias de 6 a 10 anos e de 2 a 3 horas para adolescentes de 11 a 18 anos.
É orientado que em casos de compulsão por telas, os pais levem os filhos para locais como cinemas, corridas, teatros, restaurantes, shoppings, parques e praias.
Os pais devem entender o básico de computação
A PF orienta os pais que saibam utilizar recursos básicos nos smartphones e computadores para conseguir checar o que os filhos costumam fazer online. Essa ação deve ser realizada todas as vezes que houver indícios sérios de que algo está errado.
“Proibir não educa e nem previne o melhor caminho é o diálogo e a orientação. Quando o diálogo entre pais e filhos é natural, a amizade entre eles no meio digital se torna uma extensão da relação doméstica”.
Os pais precisam alertar os filhos sobre os perigos da internet
Os pais e responsáveis devem informar os filhos sobre os perigos das redes sociais e Internet e recomendar que eles não coloquem informações pessoais em sites, entre elas: números de documentos, endereço residencial ou da escola, nome dos pais, foto da frente da residência, foto do carro com a placa exposta, da fachada do colégio, fotos com rol de amigos; entre outras.
Também é importante que as crianças estejam cientes de que nenhum adulto pode tocar em suas partes íntimas.
Especialista comenta sintomas e dá dicas para que as pessoas fiquem atentas aos sinais de doenças do sistema circulatório
Talvez você já tenha sentido aquela sensação estranha e dolorosa dos pés e tornozelos inchados depois de um longo dia de trabalho ou até mesmo após uma simples caminhada. Mas, afinal, isso é natural ou sinal de um problema? Segundo especialistas, os sinais descritos podem ser um dos indícios de condições no sistema circulatório que requerem atenção, por isso é preciso ficar atento para saber quando procurar tratamento.
A médica Allana Tobita, cirurgiã vascular e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), explica que é preciso entender o que causa o inchaço nos pés e tornozelos. Segundo ela, cerca de metade dos casos está relacionada a doenças circulatórias, que provocam o acúmulo de líquidos nessas regiões devido à insuficiência de safena e/ou disfunção linfática.
“A maioria das doenças vasculares - principalmente venosas e linfáticas - causa inchaço nos tornozelos, pés e até outras regiões da perna, como exemplo o lipedema, o linfedema, a insuficiência venosa, varizes e a erisipela. Essa sensação é provocada pelo acúmulo de líquidos ao longo dia ou por alguma deficiência nas veias”, detalha Dra. Allana, que acrescenta que outros fatores também podem colaborar, como a desidratação, falta de atividades físicas, gravidez, passar longos períodos em pé ou sentado”.
A médica pontua ainda que existem situações em que as pessoas devem ficar mais atentas, principalmente quando os sintomas surgem de forma repentina. “Não é normal o inchaço surgir de forma abrupta, principalmente quando acomete apenas um dos lados da perna, indicando algo que pode estar relacionado a uma circulação unilateral e não a um inchaço sistêmico. Isso significa que podemos ter indícios, por exemplo, de uma trombose do membro inferior. Em qualquer situação em que esses sintomas apareçam, é importante consultar um médico vascular para ter uma avaliação adequada”, alerta. Como cuidar e prevenir
A realização de exames é fundamental para investigar se os sintomas estão relacionados a uma doença vascular. Entre os procedimentos indicados, conforme a recomendação médica, estão o ultrassom vascular, doppler venoso, doppler arterial de membros inferiores, linfocintilografia de membros inferiores, angiotomografía de membros inferiores, angiografia, angiotomografia ressonância e o exame densitometria com quantificação de gordura corporal total para o lipedema.
“Com esses exames podemos detectar, por exemplo, varizes e safena que precisam de tratamento a fim de evitar que evoluam de forma progressiva e se prevenir o surgimento de condições mais graves, como a trombose, a síndrome pós-trombótica e o linfedema”, destaca.
Além do diagnóstico preciso, é importante cuidar para aliviar os sintomas e prevenir que os inchaços aumentem. “A ideia é utilizar estratégias de hidratação vigorosa, a prática de atividades físicas e a diminuição do consumo de alimentos ricos em sódio. O uso de medicamentos flebotônicos pode auxiliar o tônus da parede venosa e diminuir o acúmulo de sangue nas veias. Outra estratégia eficiente é o uso da meia elástica de compressão, que melhora o retorno venoso e a drenagem linfática das pernas”, comenta a médica.
Cerca de 133 mil estudantes podem realizar os aditamentos contratuais.
Prazo vai até 31 de maio
A CAIXA inicia, nesta quarta-feira (15), o calendário de aditamentos contratuais do Novo FIES referente ao primeiro semestre de 2025. Cerca de 133 mil estudantes podem realizar, até 31 de maio, as manutenções contratuais obrigatórias (aditamentos de renovação semestral, suspensão temporária, transferência de curso ou de instituição, e encerramento antecipado) pelo portal SifesWeb.
Por meio do aplicativo FIES CAIXA, também é possível realizar o aditamento de renovação contratual e suspensão temporária.
Para a efetivação do aditamento, os estudantes devem estar adimplentes.
Sobre os aditamentos:
Conforme regras do Novo FIES, os contratos entre os alunos e a CAIXA devem ser aditados semestralmente. A renovação é iniciada pela faculdade e deve ser validada, posteriormente, pelo estudante.
Todos os estudantes que possuem contrato de financiamento do Novo FIES em fase de utilização e que já tenham realizado os aditamentos dos semestres anteriores, ou tenham efetivado o contrato no segundo semestre de 2024, devem realizar o aditamento no primeiro semestre 2025.
Os estudantes que tenham dúvidas sobre a efetivação de seus aditamentos devem procurar as instituições de ensino superior.
Funcionalidades do aplicativo FIES CAIXA:
Os serviços abaixo podem ser realizados pelo Aplicativo Fies CAIXA:
Na opção “Aditamento” é possível realizar a validação do aditamento de renovação do contrato;
Na opção “Suspensão” é possível solicitar a suspensão temporária do contrato;
Na opção “Boleto” é possível visualizar e gerar os boletos das parcelas em aberto;
Na opção “Perfil”, o cliente tem acesso aos seus dados cadastrados no FIES.
O download do aplicativo pode ser realizado gratuitamente nas plataformas Android e iOS. Os serviços também estão disponíveis no site SifesWeb.
Mais informações sobre o Fies podem ser conferidas no site da CAIXA.
Calor acima do esperado impulsionou extremos climáticos. Análise do Copernicus mostra que calor intenso impulsionou extremos climáticos e aleta para aumento nas emissões de gases do efeito estufa.
O ano de 2024 foi o mais quente da história e o primeiro a ultrapassar a marca de 1,5°C de aumento na temperatura média da Terra em relação aos níveis pré-industriais. A informação foi divulgada pelo centro europeu Copernicus.
🔥 Segundo os dados, a temperatura média global foi de 15,10°C. Além de ser um recorde, isso representa um aumento de 1,6°C, O índice ficou acima de 1,5°C ao longo de 11 meses do ano.
Ano de 2024 foi o mais quente da história — Foto: Arte/g1
➡️ O 1,5°C é o limite estabelecido pelo Acordo de Paris e pela ciência como crítico. O índice é um alerta para a emergência climática. Apesar disso, não significa que tenhamos ultrapassado o limite do acordo, que cita o aumento na temperatura média ao longo de 20 anos. No entanto, coloca o mundo sob um calor nunca antes experimentado.
Em 2024, todos os continentes registraram uma nova temperatura recorde. O dia mais quente do ano passado foi 22 de julho -- quando a temperatura média global atingiu a média de 17,16°C.
"Todos os conjuntos de dados de temperatura global produzidos internacionalmente mostram que 2024 foi o ano mais quente desde que os registros começaram em 1850", citou o diretor do centro europeu, Carlo Buontempo.
O ano considerado mais quente até então era 2023. Com isso, o mundo também chegou a um marco inédito de quase dois anos de aquecimento.
O relatório ainda mostra que:
🔥 Cada um dos últimos 10 anos (entre 2015 e 2024) foi um dos 10 anos mais quentes já registados;
🔥 2024 foi o ano mais quente para todas as regiões continentais;
🔥 Os meses de janeiro a junho de 2024 foram mais quentes do que o de qualquer ano anterior;
🔥 Em 2024, a temperatura média anual da superfície do mar atingiu um máximo recorde de 20,87°C, 0,51°C acima da média de 1991–2020;
🔥 A quantidade total de vapor de água na atmosfera atingiu um valor recorde em 2024, o que contribui para extremos de chuva.
Extremos de chuva tem relação com aumento das temperaturas dos oceanos — Foto: Diego Vara/Reuters
Extremos de temperaturas dos oceanos e extremos climáticos
Os dados mostram que todos os oceanos tiveram temperaturas acima da média. A temperatura média anual da superfície do mar atingiu um máximo recorde de 20,87°C.
O oceano mais quente reflete a realidade de um planeta mais quente. As águas funcionam como um grande 'bolsão' de calor, ajudando a absorver as altas temperaturas. No entanto, quando estão mais quentes, há também mais vapor de água e isso é um risco para eventos extremos.
🌧️ Quando há mais vaporização, a atmosfera recebe mais umidade. Com isso, os volumes de chuva vão ficando maiores.
Segundo o Copernicus, a quantidade total de vapor de água na atmosfera atingiu um máximo histórico em 2024, cerca de 5% acima da média de 1991 a 2020. Além de ter sido significativamente superior à de 2023.
Especialistas já vinham apontando a relação de extremos como os que aconteceram no Rio Grande do Sul, com centenas de milímetros de chuva em um espaço curto de tempo; da Espanha e dos ciclones nos Estados Unidos com as altas temperaturas dos oceanos (Leia mais aqui). Segundo o Copernicus, foi isso que impulsionou as catástrofes em 2024.
"Este fornecimento abundante de umidade ampliou o potencial para ocorrências de chuvas extremas. Além disso, combinado com as altas temperaturas da superfície do mar, contribuiu para o desenvolvimento de grandes tempestades, incluindo ciclones tropicais", informou o relatório.
➡️ O calor nos oceanos acabam influenciando não só no volume de chuva, mas também nas mudanças nos padrões de chuva, causando a seca. O Brasil enfrenta a pior seca de sua história e a mais longa, desde 2023 que também foi um ano recorde de calor, agora superado.
O Copernicus aponta que essa mudança de padrão também impulsionou os grandes incêndios. A vegetação ressecada se tornou combustível para as queimadas, como as que aconteceram no Brasil, como as que acontecem agora em Los Angeles. A cidade enfrenta o maior incêndio já visto e em uma temporada fora de época -- em meio ao inverno.
"O que está por trás desse grande problema que é o aquecimento global é a intensificação dos eventos extremos. Entra nisso, os eventos de muita chuva acumulada em um período muito curto, secas prolongadas e condições que favorecem o que estamos vendo acontecer agora na Califórnia", explica o especialista em desastres, Pedro Camarinha.
O maior aquecimento das águas foram reforçadas pelo El Niño, mas segundo os dados, mesmo com seu fim, no meio do ano passado, as temperaturas continuaram altas na maior parte dos oceanos.
Mapa mostra calor da superfície pelo mundo — Foto: Arte/g1
Por que isso está acontecendo?
O aumento das temperaturas está ligado à maior emissão de gases do efeito estufa. Segundo o monitor apresentado pelo centro europeu, a taxa de aumento do dióxido de carbono foi maior já vista nos últimos anos. (Veja o gráfico abaixo)
Dados mostram que 2024 atingiu recorde de emissões de gases do efeito estufa — Foto: Arte/g1
As concentrações de dióxido de carbono em 2024 foram 2,9 ppm superiores às de 2023. Este aumento elevou a estimativa anual da concentração atmosférica de dióxido de carbono para 422 ppm.
"Os nossos dados apontam claramente para um aumento global constante das emissões de gases com efeito de estufa e estes continuam a ser o principal agente das alterações climáticas", apontou Laurence Rouil diretor do Centro Europeu.
Serão selecionados projetos do Norte, Nordeste e Centro-Oeste
A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) lançaram um edital para fomentar o comércio eletrônico nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. No total, serão destinados R$ 4,92 milhões para nove projetos selecionados.
Na primeira fase do processo seletivo serão selecionados 20 projetos, um para cada unidade da federação das regiões contempladas pelo edital. Na segunda etapa, nove projetos serão escolhidos para receber apoio financeiro, no valor de R$ 380 mil cada. Desses, três irão prosseguir para a fase de escala, por mais um ano, contando com acompanhamento técnico e apoio da ABDI, em parceria com o MDIC, e recebendo recursos no valor de R$ 500 mil.
O edital E-commerce.BR vai premiar soluções inovadoras que ajudem as micro, pequenas e médias empresas do país a superar obstáculos de logística, capacitação digital e comunicação online.
As inscrições vão até 17 de fevereiro deste ano e podem ser feitas por Redes de Inovação compostas por, no mínimo, três instituições públicas ou privadas de nível estadual, distrital ou municipal, que atuem em apoio a micro, pequenas ou médias empresas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
De acordo com dados do Observatório do Comércio Eletrônico Nacional, do MDIC, o comércio eletrônico no Brasil movimentou R$ 196,1 bilhões em 2023, um crescimento de 4,8% em relação ao ano anterior. No entanto, a concentração das vendas online ainda é grande: o Sudeste responde por 73,5% das transações, em contraste com Nordeste (7%), Centro-oeste (3%) e Norte (1,3%).
Deputada cita acusados do assassinato de Rubens Paiva
A deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS) apresentou um projeto de lei que pede a suspensão da remuneração de militares denunciados por violações de direitos humanos e crimes contra a humanidade praticados no período da ditadura civil-militar instaurada com o golpe de 1964.
Segundo o texto, protocolado nesta terça-feira (7), na Câmara dos Deputados, a suspensão de remuneração e proventos será mantida até que haja decisão definitiva do processo judicial. No intervalo da tramitação, o militar não terá direito a receber nenhum tipo de subsídio, adicional ou gratificação relacionados ao seu cargo ou função pública.
O projeto também destaca que, antes de que a suspensão seja executada, o militar será devidamente notificado e que, conforme asseguram a Constituição Federal e a legislação brasileira, terá direito ao contraditório e à sua própria defesa perante a Justiça. A interrupção do pagamento da remuneração e proventos pode ser cancelada, caso haja elementos suficientes que provem sua inocência quanto aos crimes imputados ao militar.
A proposta da parlamentar prevê que em caso de absolvição definitiva, transitada em julgado, ou seja, quando a sentença judicial é de absolvição do acusado e foram esgotados todos os recursos possíveis, o militar terá direito ao pagamento retroativo dos valores suspensos, devidamente corrigidos pela inflação.
No documento protocolado, a parlamentar menciona que a proposta tem como respaldo o Estatuto dos Militares (Lei nº 6.880/80), em que são descritos tanto os direitos como deveres dos membros das Forças Armadas.
Fernanda Melchionna (foto) diz que o Brasil deve honrar os compromissos que sela com a comunidade internacional, no que diz respeito à salvaguarda dos direitos humanos e ao combate à impunidade.
"O caso de Rubens Paiva, ex-deputado torturado e morto em 1971, ilustra a relevância da medida. Ele nunca mais foi visto após ser levado para prestar depoimento em 1971, período da ditadura militar, podendo ser considerado um caso de desaparição forçada. Apesar das graves acusações e do reconhecimento formal das violações, militares denunciados pelo crime, como o general José Antônio Nogueira Belham, continuam recebendo remunerações públicas, mesmo diante de fortes evidências de seu envolvimento neste crime de lesa humanidade", exemplifica.
Rubens Paiva teve sua história recontada no filme Ainda estou aqui. O longa-metragem foi dirigido por Walter Salles e protagonizado por Fernanda Torres, que venceu o Globo de Ouro no último domingo (5), e Selton Mello, que interpreta Rubens Paiva.
A deputada disse ainda que apresentou o projeto após as notícias dos valores pagos aos militares denunciados no assassinato de Rubens Paiva. "Recentemente, veio à tona a realidade que o Brasil paga R$ 140 mil por mês aos militares denunciados pelo assassinato de Rubens Paiva. Isso é uma vergonha. Esse privilégio tem que acabar", afirmou à Agência Brasil.
A proposta também "incorpora o reconhecimento de violações documentadas por decisões da Comissão Nacional da Verdade, criada pela Lei nº 12.528/2011, que investigou e reconheceu graves violações de direitos humanos ocorridas no Brasil, especialmente durante o regime militar. Conferir a importância merecida e validar as recomendações da Comissão da Verdade em relação aos militares que atuaram durante o período da Ditadura Militar e praticaram crimes contra os direitos humanos e crimes contra a humanidade reforça o dever do Estado de agir em conformidade com o Direito Internacional e com os princípios de verdade e reparação".
Considerado a maior glândula do corpo, o fígado possui múltiplas funções no organismo. Segundo os especialistas, abuso constante de álcool, por exemplo, pode causar problemas ao órgão a longo prazo.
O fígado é considerado a maior glândula do corpo. — Foto: Freepik
Apesar de muitas vezes só ser lembrado após os momentos de abuso, como em uma ressaca daquelas, o fígado é essencial para o corpo humano – e o cuidado com a saúde desse órgão deve acontecer durante todo o ano.
Segundo os hepatologistas, os abusos pontuais não devem causar um problema hepático. Mas o excesso constante de bebidas alcóolicas ou comidas extremamente gordurosas, por exemplo, podem levar a danos permanentes ao fígado.
➡️O fígado é considerado a maior glândula do corpo. O órgão tem múltiplas funções, entre elas:
Filtrar o sangue que vem do intestino e dos rins, devolver as impurezas através da bile e enviar o sangue limpo de volta para a corrente sanguínea;
Produzir glicogênio e outras substâncias que funcionam como hormônios para a regulação dos rins, por exemplo;
Auxiliar no sistema imunológico do organismo, impedindo que microrganismos presentes no sangue voltem para a corrente sanguínea.
Ainda que possua um papel fundamental para o bom funcionamento do corpo, os problemas no fígado podem se agravar por anos sem dar sinais.
"O fígado é um órgão que, se sofrer agressão, vai demorar para dar sinais. Vai sofrer calado", alerta o professor de gastro hepatologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Raymundo Paraná.
De acordo com o médico hepatologista, isso acontece porque o fígado tem mecanismos próprios de desintoxicação. Assim, se ele for agredido (com excesso de álcool, comidas gordurosas ou doenças hepáticas), muito provavelmente os sintomas não vão aparecer imediatamente.
Mario Kondo, hepatologista da Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH), explica que raramente o fígado vai adoecer por conta de momentos pontuais de abuso – porque nesses casos o órgão consegue recuperar praticamente a saúde completa.
"É na persistência da agressão que ele vai adoecer, o que pode levar décadas. Com anos inteiros de abuso aí sim as coisas vão se deteriorando e a conta chega", comenta Kondo.
Excessos e sintomas
Os hepatologistas comentam que diversos comportamentos e doenças podem acabar agredindo o fígado. Eles destacam os principais como sendo:
Abuso de álcool
O consumo excessivo de álcool pode sobrecarregar o fígado e agravar lesões hepáticas já existentes.
"Para causar doença, o consumo de álcool tem que ser intenso e continuado e normalmente demora mais de cinco anos para que isso venha a se tornar uma doença hepática", analisa Paraná.
O hepatologista ainda comenta que o limiar de suscetibilidade ao álcool varia geneticamente porque depende do nível de metabolização de cada organismo.
Má alimentação
Segundo a Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH), a má alimentação, rica em gorduras trans e saturadas, é um dos principais inimigos para o fígado.
Esse tipo de dieta pode causar acúmulo de gordura no órgão, gerando uma condição conhecida como esteatose hepática.
Obesidade
Da mesma forma que o consumo excessivo de gorduras pode agredir o fígado, o mesmo acontece no caso de pessoas com obesidade.
Nesses cenários, muito dificilmente o fígado consegue metabolizar a gordura ingerida de maneira adequada, provocando uma inflamação no local.
Uso de medicamentos
O uso contínuo de alguns medicamentos, como corticoides, estrógeno e antirretrovirais, pode sobrecarregar as funções hepáticas, também causando alguns tipos de lesão no fígado.
Hepatites virais
As hepatites virais são caracterizadas pela inflamação no fígado causadas pelos vírus tipo A, B e C. Se não tratada, a doença pode evoluir para quadros de cirrose e até câncer, gerando insuficiência hepática.
Apesar de as agressões ao fígado acontecerem de diferentes maneiras, como já colocado pelos especialistas, os sintomas podem demorar até uma década para se manifestarem.
"Quando aparecem os sinais indicando que algo está errado no fígado já é sinal de alarme", alerta Raymundo Paraná.
👉Os principais sintomas dos problemas hepáticos são:
Inchaço nas pernas
Olhos amarelados
Urina escura
Confusão mental
Hemorragias
Fígado saudável
Para manter o fígado constantemente saudável, os hepatologistas reúnem cinco dicas fundamentais:
Beber com moderação
O consumo de álcool deve ser esporádico e moderado para que, a longo prazo, o fígado não seja sobrecarregado. "Não é proibido beber desde que você não tenha uma doença hepática", comenta Paraná.
Manter uma alimentação saudável
Não há nenhuma dieta específica que vise a saúde do fígado. Mas manter uma alimentação balanceada, com a ingestão de muitos legumes, grãos, azeite e baixa quantidade de açúcar contribui para o bom funcionamento do órgão.
Fazer exercício físico
Uma vez que a obesidade é um dos fatores que podem agredir o fígado, manter uma rotina de exercícios físicos auxilia também na boa saúde do fígado.
Evitar a reposição desnecessária de hormônios
A popularização da reposição da testosterona, por exemplo, tem aumentado os casos de problemas hepáticos. O excesso desse hormônio pode induzir a um tumor hepático, além de causar alterações vasculares, como o bloqueio de fluxo de sangue para o fígado.
Monitorar a saúde hepática com regularidade Incluir exames de ultrassonografia e de sangue que monitoram o fígado também é fundamental para manter o órgão saudável. O rastreamento da hepatite B e C ao menos uma vez também é importante.
São Paulo, dezembro de 2024 - Os dias mais quentes pedem atenção redobrada com a saúde. Afinal, as altas temperaturas típicas do verão e a maior exposição ao sol podem causar desidratação, cansaço e outros desconfortos. Por isso, adotar hábitos simples pode ajudar a aproveitar da melhor maneira a estação mais ensolarada do ano.
Dr. Carlos Alberto Reyes Medina, Diretor Médico, da Carnot Laboratórios, preparou uma lista com 5 dicas para manter a saúde em dia no verão. Confira:
1 - Hidratar-se
Manter-se hidratado é fundamental no calor extremo. Segundo o médico, o corpo perde mais líquidos devido ao suor, o que aumenta a necessidade de reposição de água. “É recomendado consumir pelo menos dois litros de água por dia e, se possível, complementar com frutas ricas em água, como melancia, melão e laranja, para potencializar a hidratação”, afirma o especialista.
2 - Consumir vitaminas
Além da hidratação, as vitaminas desempenham um papel crucial no fortalecimento do organismo nesta época. A vitamina C, presente em frutas cítricas, ajuda a combater os radicais livres gerados pela exposição ao sol e ao calor. Já a vitamina E, encontrada em nozes, sementes e óleos vegetais, auxilia na proteção da pele contra danos causados pelos raios UV.
Outra aliada é a vitamina D, obtida principalmente pela exposição moderada ao sol. Para aproveitar seus benefícios sem riscos, o ideal é tomar sol antes das 10h ou após as 16h, sempre com proteção solar.
3 - Alimentação leve e equilibrada
Refeições leves e ricas em nutrientes são as mais recomendadas nesta época. Saladas, grelhados e frutas ajudam a manter o corpo energizado sem sobrecarregar o sistema digestivo. “Vale a pena incluir alimentos ricos em fibras porque elas também auxiliam na digestão e no funcionamento do organismo como um todo”, reforça o Dr.
4 - Proteção e cuidados com a pele
A pele é o órgão mais impactado pelo calor e pelos raios solares. Usar protetor solar com fator adequado, reaplicá-lo ao longo do dia e vestir roupas leves e de cores claras são cuidados essenciais. Chapéus e óculos de sol também são aliados importantes para proteger o rosto e os olhos.
5 - Use repelentes
Aplique sempre repelente periodicamente, durante o dia e à noite, para se proteger contra mosquitos e doenças como a Dengue, Zika ou Chikungunya. Os mosquitos se proliferam mais no verão devido às características da estação, como o calor, a umidade e as chuvas. “Essas condições criam um ambiente propício para que os ovos dos mosquitos eclodam e se transformem em novos mosquitos”, finaliza Dr. Carlos Alberto Reyes Medina.
Receita anunciou que ampliará fiscalização e passará a receber dados de operadoras de cartão e instituições de pagamento. Medida tem como objetivo evitar evasão fiscal.
A Receita Federal informou que, a partir deste mês de janeiro, ampliou a fiscalização sobre as transações financeiras realizadas pelos contribuintes. Na prática, o órgão passou a receber os dados de operadoras de cartão de crédito e instituições de pagamento.
🔎 Instituições de pagamento (IP) são empresas que viabilizam compra, venda e movimentação de recursos, mas não oferecem empréstimos e financiamentos a seus clientes. Varejistas de grande porte, bancos virtuais, carteiras digitais são alguns exemplos.
As novas normas geraram preocupação nos consumidores, que temiam vazamento de dados ou aumento de tributação. No entanto, não há risco de aumento de impostos ou de acesso indevido a informações pessoais.
O que muda com a nova regra?
A principal novidade é que o órgão vai passar a monitorar movimentações acima de R$ 5 mil para pessoas físicas, e de R$ 15 mil para empresas, feitas por meio de operadoras de cartão de crédito (como as "maquininhas") e das chamadas "instituições de pagamento".
Antes, somente os bancos tradicionais, públicos e privados, repassavam esses dados à Receita. E também não havia uma instrução específica na norma da Receita de que transações via PIX, cartões de débito, cartões de loja e moedas eletrônicas deveriam ser informadas.
Quem pode ter problemas?
Na prática, isso significa que pessoas físicas que receberem mais de R$ 5 mil, por tipo de operação financeira (PIX, cartão, saque ou depósito de dinheiro, etc), e não declararem o valor podem ter problemas com o Fisco (veja situações aqui).
A quais dados dos consumidores a Receita tem acesso?
💰Atualmente, a Receita tem acesso a informações dos cidadãos fundamentais para cumprir a sua função de órgão do governo responsável por administrar tributos federais, além de atuar no combate à pirataria, à sonegação fiscal, ao tráfico de drogas e ao contrabando.
dados pessoais como: nome, nacionalidade, residência fiscal, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ);
número da conta bancária ou equivalente;
número de Identificação Fiscal (NIF) no exterior, caso seja adotado pelo país de residência fiscal informado;
valores movimentados mensalmente;
moeda utilizada em movimentações financeiras; e
demais informações cadastrais, entre outras.
Além disso, a instituição também possui informações sobre movimentações financeiras de clientes de bancos, instituições financeiras e cooperativas de crédito.
Pagamentos via Pix — Foto: Marcelo Casagrande / Agencia RBS
"Por exemplo, quando uma pessoa realiza uma transferência de sua conta para um terceiro, seja enviando um PIX ou fazendo uma operação do tipo DOC ou TED, não se identifica, na e-Financeira, para quem ou a que título esse valor individual foi enviado", informou a Receita Federal.
O órgão acrescentou que, no repasse dos dados ao Fisco, "não se individualiza sequer a modalidade de transferência, se por PIX ou outra".
"Todos os valores são consolidados e devem ser informados os totais movimentados a débito e a crédito numa dada conta", explicou o órgão.
As novas regras geram aumento no imposto?
A mudança não implica, porém, em qualquer aumento de tributação, e não permite que a Receita identifique a origem ou a natureza dos gastos efetuados.
A medida tem como objetivo evitar a evasão fiscal, a partir da abertura de novos processos de fiscalização contra os contribuintes que têm movimentações suspeitas. Na prática, eles vão ter que pagar os impostos que eventualmente estejam sonegando.
Como os valores serão informados?
O envio dos dados à Receita será semestral, por meio de uma declaração chamada de "e-Financeira". As transações feitas entre janeiro e julho deste ano, por exemplo, serão enviadas em agosto. Os referentes ao segundo semestre, até fevereiro de 2026.
Não há nada que o contribuinte precise fazer em relação a isso. A responsabilidade do envio das informações é das instituições financeiras e de pagamento.
E elas só serão obrigadas a repassar esses dados quando o montante total movimentado, por cada tipo de operação financeira (PIX, pagamento ou investimento, por exemplo), for superior a R$ 5 mil, para pessoas físicas e R$ 15 mil, para empresas.
Fala ocorre um dia depois da Meta encerrar checagem de fatos em suas redes e citar "tribunais secretos" na América Latina
Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), é o relator do inquérito das Fake News
Rosinei Coutinho/STF
O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes disse nesta quarta-feira (8) que as redes sociais só vão operar no Brasil se respeitarem as leis do país.
A fala ocorre depois da decisão da Meta, empresa dona do Facebook, Whatsapp e Instagram, de encerrar o seu projeto de checagem de fatos nas redes sociais. No anúncio, o presidente da empresa, Mark Zuckerberg, chegou a citar “tribunais secretos da América Latina” que censuram conteúdos.
“Aqui no Brasil, a nossa Justiça Eleitoral e o nosso STF, ambos já demonstraram que aqui é uma terra que tem lei. As redes sociais não são terra sem lei. No Brasil, só continuarão a operar se respeitarem a legislação brasileira. Independentemente de bravatas de dirigentes irresponsáveis das big techs”, disse Moraes
No ano passado, Moraes chegou a bloquear a rede social “X” (o antigo Twitter) por não cumprir determinações da Justiça brasileira e não indicar representante legal no Brasil.
As falas do ministro ocorreram na cerimônia do STF sobre os dois anos dos atos de 8 de janeiro, que destruíram as sedes dos Três Poderes. Moraes e diversos ministros estiveram presentes na cerimônia com o presidente Lula, mas o STF também realizou um ato próprio.
“No Brasil, eu tenho absoluta certeza e convicção que o Supremo Tribunal Federal não vai permitir que as big techs, as redes sociais continuem sendo instrumentalizadas dolosa ou culposamente ou, ainda, somente visando o lucro, para discursos de ódio, nazismo, fascismos, racismo, misoginia, homofobia e discursos antidemocráticos”, completou Alexandre de Moraes.
Tendo como base a conta dos pesquisadores, cada carteira de cigarro (20 unidades) fumada equivaleria a uma perda de seis horas e 40 minutos de vida
Os cientistas ainda levaram em conta outros fatores que afetam a mortalidade para além do cigarro, como o estado socioeconômico e atividade física (foto: Freepik )
Cada cigarro fumado pode encurtar a vida de uma pessoa em até 20 minutos, segundo a Universidade College de Londres. Os pesquisadores aprofundaram uma pesquisa dos anos 1990, do jornal Médico Britânico, que repercutiu midiaticamente ao dizer que cada cigarro diminuiria 11 minutos da vida de um fumante.
Tendo como base a conta dos pesquisadores, cada carteira de cigarro (20 unidades) fumada equivaleria a uma perda de seis horas e 40 minutos de vida. Em 20 anos, na mesma proporção, seria o equivalente a cinco anos e meio a menos de expectativa de vida.
O estudo original utilizou como amostra apenas homens, com a estimativa de mortalidade baseada apenas em dados médicos para o sexo masculino. Agora, a pesquisa da University College, publicada no periódico científico Addiction, analisou informações mais atualizadas sobre a mortalidade dos homens, bem como dados de mulheres, coletados pelo Milion Women Study.
Os cientistas ainda levaram em conta outros fatores que afetam a mortalidade para além do cigarro, como o estado socioeconômico e atividade física.
Após esses ajustes, o estudo averiguou que os fumantes homens perderam cerca de 10 anos de sua expectativa de vida, enquanto as fumantes mulheres, 11. Dividindo este montante pelo número aproximado de cigarros fumados por dia, os autores chegaram à conclusão que "isto levaria a um aumento da perda estimada da esperança de vida por cigarro para 20 minutos no total: 17 minutos para os homens e 22 minutos para as mulheres”.
Os pesquisadores ressaltam, porém, que sua análise se baseia em padrões e que cada caso é um caso. Além disso, eles levaram em consideração que todos os fumantes consumiam o mesmo número de cigarros por dia ao longo da vida. "Alguns fumantes têm uma vida longa e saudável, enquanto outros sucumbem a doenças relacionadas ao tabaco e à morte na casa dos 40 anos", descrevem.
Apesar das ressalvas, o estudo é válido e alerta: "os riscos do tabagismo para a saúde não são lineares e não basta apenas reduzir o consumo. É necessária a cessação total para obter o máximo de benefícios para a saúde e para a vida".
"Deixar de fumar em todas as idades é benéfico, mas quanto mais cedo os fumantes saírem desta escada rolante da morte, mais longas e saudáveis serão as suas vidas", completam os pesquisadores.
Elevadas temperaturas associadas a um maior volume de água neste período contribuem para acelerar a proliferação do Aedes aegypti. Veja como se proteger
Durante o verão, os casos de dengue aumentam consideravelmente. Isso acontece devido à alta incidência de chuvas em grande parte do país, já que o acúmulo de água faz com que a proliferação do mosquito Aedes Aegypti se intensifique. Somado ao calor intenso, o ambiente fica ainda mais propício para que os ovos colocados pelas fêmeas eclodam e deem origem a milhares de novos mosquitos.
“Durante o verão, nós temos dois fenômenos que estão diretamente associados com a biologia do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue: as elevadas temperaturas e um maior volume de água. Esses dois fatores, juntos, contribuem para acelerar a proliferação do vetor da dengue, encurtando, inclusive, aquele período entre ovos e mosquito adulto”, observa. “Ao intensificar a atividade biológica do mosquito, nós temos um maior número de pessoas sendo infectadas, porque há um maior número de mosquitos nesse período”, ressalta Rivaldo.
O cuidado por parte dos moradores é a principal medida de prevenção contra o mosquito: limpeza dos quintais para evitar água empoçada, vedação das caixas d’água, limpeza dos vasos de plantas e calhas. Também é essencial receber os agentes de saúde para fazer a vistoria em possíveis focos do Aedes aegypti.
“Recomenda-se, para este período do verão, intensificar os cuidados e dedicar uns 10 minutinhos para cuidar do seu ambiente, do seu domicílio, ver se tem algum objeto que possa acumular água, cuidar dos terrenos baldios, dos quintais, conversar com os seus vizinhos e cobrar que o poder público também faça a sua parte, recolhendo rotineiramente o lixo produzido pelos domicílios”, recomenda o secretário adjunto.
Ciclo de vida do mosquito tem quatro fases
Assim como diversos insetos, o Aedes passa por metamorfose completa durante seu desenvolvimento. Isso significa que as fases jovem e adulta são completamente diferentes e, portanto, ocupam nichos distintos, vivendo em ambientes diferentes e com hábitos particulares em cada etapa do desenvolvimento.
Assim como as borboletas e mariposas, a transição de larva para adulto depende de uma etapa de desconstrução dos tecidos larvares e a reconstrução das estruturas do adulto, fase chamada de pupa. Diferentemente das crisálidas das borboletas, as pupas de Aedes aegypti são capazes de se movimentar.
Porém, as pupas não se alimentam e, por isso, são muito pouco vulneráveis a compostos vindos do meio externo, como é o caso dos inseticidas.
Todo o processo de desenvolvimento, de ovo a adulto, é muito influenciado por condições ambientais. O tempo de duração do desenvolvimento completo, até a fase adulta, e da longevidade da vida do inseto adulto, pode variar muito, dependendo de fatores como umidade, temperatura, disponibilidade de alimento, necessidade de deslocamento, entre outros.
O desenvolvimento de Aedes de ovo, passando por larva e pupa, até a fase de mosquito adulto, geralmente dura de 7 a 10 dias, dependendo das condições ambientais.
Com acirramento da concorrência, busca por cursos preparatórios aumentou 15% em 2024 e deve seguir mesma tendência de crescimento este ano, afirma Marco Antonio Araujo Jr, presidente da ACONEXA
O cenário de concursos públicos em 2025 promete ser o mais promissor dos últimos anos, com oportunidades em diversas áreas e um número estimado de vagas que pode ultrapassar 100 mil. A projeção é fruto de um levantamento realizado pela ACONEXA – Associação de Apoio aos Concursos Públicos e Exames, que aponta uma forte tendência de crescimento no número de seleções em níveis federal, estadual e municipal.
Segundo o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) já prevê 57 mil vagas no âmbito federal, com a possibilidade de criação de mais 5.952 postos. Esse número pode atingir 63.766 servidores apenas no Executivo, Legislativo e Judiciário. Além disso, concursos unificados, como o Exame Nacional da Magistratura (ENAM) e o Concurso Nacional Unificado (CNU) – apelidado de "ENEM dos concursos públicos" – oferecem a possibilidade de uma única prova garantir acesso a múltiplos órgãos, democratizando as oportunidades.
“Os concursos unificados têm se mostrado uma solução eficiente para ampliar a concorrência e reduzir custos, tanto para candidatos quanto para o governo. A tendência é que em 2025 essa modalidade se consolide, com previsões como o CNU, cuja segunda edição deve ocorrer em agosto”, comenta Marco Antonio Araujo Jr.,presidente da ACONEXA, advogado, professor e Conselheiro Federal da OAB eleito por São Paulo (2025-2027).
No âmbito estadual, o cenário também se mostra positivo para quem pretende prestar concurso público. “Considerando que as eleições para o Executivo estadual irão ocorrer no segundo semestre de 2026, há uma grande possibilidade de que as vagas para segurança pública, educação e saúde sejam antecipadas para 2025, até para impactar positivamente os eleitores, o que poderia resultar em uma enxurrada de editais nessas áreas. Historicamente, os maiores concursos estaduais tendem a ocorrer antes do ano eleitoral”, avalia Araujo.
Além de todas essas oportunidades, o ano deve contemplar concursos públicos de prefeituras, nas áreas de saúde, educação e segurança pública, além das diversas autarquias que sinalizam a abertura de editais para 2025, como, por exemplo, o INSS.
Destaques nas áreas de maior demanda
Entre os setores com maior número de vagas, destacam-se:
Segurança Pública: A Polícia Federal deve abrir mais de 1.800 vagas para cargos como Agente e Delegado, com salários iniciais de até R$ 25.825,08. Já a Polícia Rodoviária Federal solicita 5.125 vagas, com remunerações que chegam a R$ 10.790,87.
Área Fiscal: Estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Tocantins já se movimentam para abrir vagas em secretarias da Fazenda, com remunerações que podem ultrapassar R$ 35 mil.
Tribunais e Ministério Público: Diversos Tribunais de Justiça (como TJ/RJ e TJ/MG) e Tribunais Regionais do Trabalho (TRT) têm concursos em planejamento, abrangendo cargos de Técnico e Analista.
Educação: O ENEM dos Professores, projeto do Ministério da Educação de realizar uma grande prova unificada, nos moldes do CNU, pode facilitar contratações para redes públicas estaduais e municipais, beneficiando milhares de educadores em todo o país. Entre as vantagens do formato de concurso nacional unificado estão a possibilidade de pagar apenas uma taxa de inscrição e concorrer simultaneamente a vagas em diferentes regiões do país. A expectativa é que o edital saia ainda no primeiro semestre de 2025, com provas aplicadas na segunda metade do ano.
Remunerações atrativas e benefícios
As oportunidades abrangem cargos de nível médio e superior, com salários que começam em R$ 3 mil e podem alcançar R$ 35 mil, dependendo da posição. Em casos específicos, como Práticos de Navio ou Notários/Registradores, os rendimentos podem ultrapassar R$ 150 mil mensais.
Preparo técnico é essencial
Com a expectativa de mais editais e provas mais complexas, cresce a busca por cursos preparatórios. Dados da ACONEXA indicam um aumento de 15% na procura por essas formações em 2024, e o número deve ser ainda maior em 2025. “Concurso público é um projeto de médio a longo prazo. Não se trata de sorte, mas de preparo técnico e estratégico”, afirma Araujo, destacando a importância de estudar editais anteriores e entender as exigências das bancas examinadoras.
Além disso, o professor enfatiza que o concurso é uma ferramenta democrática. “Independentemente de idade, sexo, raça ou indicação política, o que conta é a competência técnica. Isso reflete a essência da administração pública moderna, que busca profissionais qualificados para cargos essenciais ao funcionamento do Estado.”
Dicas para concurseiros
O especialista lista algumas estratégias para quem quer garantir uma vaga:
Identifique a carreira que combina com seu perfil. Não escolha apenas pelo salário; a afinidade com a função é essencial.
Foque na área, não apenas em um concurso. Preparar-se para múltiplos editais aumenta as chances de sucesso.
Leia o edital detalhadamente. É o guia para o candidato.
Mantenha uma rotina disciplinada de estudos. Diversifique as matérias e pratique com questões anteriores.
Cuide da saúde mental e física. Alimentação equilibrada, sono adequado e momentos de lazer são cruciais.
Segundo Mapa da Inadimplência do Brasil, do Serasa, cartão de crédito corresponde a 27,86% de todas as dívidas dos brasileiros
A falta de planejamento financeiro é um dos grandes responsáveis pelo alto índice de inadimplência no país. De acordo com o último Mapa de Inadimplência e Renegociação de Dívidas do Serasa, o Brasil atingiu 73 milhões de famílias endividadas, um total de 45,12% de inadimplentes somando todos os estados brasileiros. O estado de Alagoas é um dos estados do Nordeste com maior percentual de endividados, com 43,05% de toda a população. Confira os números no NE.
PE 46,97%
CE 46,28%
RN 45,67%
SE 43,61%
AL 43,05%
MA 41,52%
PB 39,90%
BA 40,79%
PI 35,43%
Segundo, Gildenor Leite, coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Anhanguera, com uma combinação de recursos financeiros extras, oportunidades de descontos, e a possibilidade de iniciar o ano novo com uma situação financeira mais saudável, faz do final de ano um momento estratégico para quitar dívidas.
Muitas pessoas recebem o 13º salário, bonificações ou gratificações de fim de ano, o que aumenta a disponibilidade de recursos financeiros. Esse dinheiro extra pode ser utilizado para quitar ou reduzir dívidas. Além disso, empresas e instituições financeiras costumam oferecer promoções e descontos especiais para a quitação de dívidas no final do ano. Isso pode incluir abatimentos significativos nos juros e nas multas, tornando a quitação mais vantajosa”, alerta.
O docente explica, que, em linhas gerais, a pessoa se torna inadimplente por manter o padrão de consumo e gastos acima de suas capacidades financeiras. ‘Obviamente, existem exceções como gastos inesperados com doença, família etc., mas em todos os casos, cuidar das contas e honrar os compromissos é essencial”, ressalta.
De acordo com Gildenor, o maior vilão das pessoas ainda é o cartão de crédito. O Mapa da Inadimplência mostra, por exemplo, que o cartão de crédito representa 27,86% das dívidas no Brasil. “Compras no cartão de crédito em atraso têm os valores transformados em crédito rotativo e possui juros que, geralmente, estão entre os mais altos do mercado”, alerta.
O especialista analisa, que a média de juros do rotativo era de 455% a.a. em 2023, (Banco Central), e em 3 de janeiro de 2024, entraram em vigor, novas regras para o crédito rotativo do cartão de crédito (CMN - Conselho Monetário Nacional).
“Relacione todas as dívidas e entre em contato com os credores para negociar os pagamentos. É crucial que o endividado só feche acordos se as condições forem compatíveis com sua realidade financeira. Quebrar o contrato de débito pode levar à perda dos descontos oferecidos, cancelamento da renegociação e retomada de juros”.
Além disso, o professor destaca a importância do autoconhecimento para evitar novas dívidas. “Compreender o motivo das compras, evitar compras compulsivas, comparações sociais, materialismo e vulnerabilidade de consumo são fatores cruciais para um melhor controle financeiro. “Para equilibrar a renda, procure destinar 50% para gastos essenciais, como aluguel, alimentação e transporte; 30% para estilo de vida, como academia e lazer; e 20% para pagamento de empréstimos ou investimentos”.
Confira algumas dicas para sair do vermelho ainda em 2024 e começar com tudo em 2025:
-Tenha uma planilha de controle de gastos, incluindo despesas fixas mensais e gastos com cartão de débito;
-Faça uma lista antes de ir ao supermercado, por exemplo, defina uma data fixa para compras mensais e pesquise preços;
-Evite ter muitos cartões de crédito, priorize o pagamento à vista e, se precisar parcelar, escolha o número de parcelas sem juros;
-Opte por um carro mais econômico e faça revisões regularmente para evitar gastos excessivos com reparos;
-Adote hábitos de consumo consciente para economizar alimentos, água e energia;
-Ao renovar o contrato de aluguel, proponha uma renegociação ao proprietário e explique sua situação;
-Desconfie de ofertas que são muitos boas para ser verdade:
-O empréstimo consignado é uma das linhas de crédito mais baratas do mercado, no entanto, o pagamento é automático, por meio de desconto na fonte de renda, por isso, pode originar endividamento, com multas e juros sobre as parcelas em atraso. Além disso, há o risco de precisar quitar a dívida de uma vez, em caso de perda de emprego com carteira assinada;
-Quitar dívidas no final do ano permite começar o ano seguinte com uma situação financeira mais equilibrada. Isso facilita o planejamento financeiro e a definição de novas metas para o próximo ano;
-A quitação de dívidas pode reduzir o estresse financeiro, proporcionando um final de ano mais tranquilo e permitindo que as pessoas aproveitem melhor as festividades e as férias;
-Quitar dívidas pode melhorar a pontuação de crédito, o que pode ser benéfico para futuras necessidades de financiamento, como a compra de um imóvel ou um carro;
-Ao quitar dívidas no final do ano, evita-se o acúmulo de juros e encargos adicionais que poderiam aumentar o valor total da dívida ao longo do tempo.
Com a chegada dos novos profissionais, o estado soma 353 médicos em atividade, reforçando a atenção primária à saúde em municípios e comunidades indígenas
O governo federal tem fortalecido a atenção primária à saúde do país por meio do programa Mais Médicos, que, só este ano, contou com 6.729 novos profissionais em mais de 2 mil municípios. Esse número representa mais de 25% do total de 26.756 médicos que atuam em 4.412 cidades e 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). Em Alagoas, foram 90 novos médicos, totalizando 353 profissionais em atividade no estado.
No início desta gestão, o Ministério da Saúde contava com apenas 13 mil vagas ativas no Mais Médicos. Em 2023, o governo federal retomou o programa, com o intuito de ter profissionais nos municípios distantes dos grandes centros e nas periferias das cidades. O programa avançou, sobretudo, entre os municípios com maior vulnerabilidade social, onde cerca de 60% dos médicos estão.
Os resultados alcançados nos últimos dois anos foram discutidos no Encontro Nacional das Referências do Programa Mais Médicos, na sexta-feira (6). “O Mais Médicos não se encerra em si mesmo. Ele é um meio potente e importantíssimo para viabilizar e fortalecer a Estratégia Saúde da Família”, afirmou o secretário-adjunto de Atenção Primária à Saúde (APS), Jerzey Timóteo, em palestra sobre a relação do programa com as principais iniciativas que constroem o primeiro nível de atenção do Sistema Único de Saúde (SUS).
O intuito do encontro foi, além de dar visibilidade às ações desenvolvidas, mostrar o papel importante que as referências regionalizadas têm para o sucesso do programa. As referências regionais do Ministério da Saúde são essenciais na gestão dos programas de provimento profissional na ponta do serviço, onde as pessoas moram, formam suas famílias e recebem atendimento. Elas são responsáveis por apoio técnico, orientações, mediações de conflitos, acompanhamento e monitoramento das atividades realizadas. São como a ponte entre o ministério e os territórios.
“2025 será o ano de consolidar nosso trabalho, metas e políticas que retomamos desde o início da gestão. Com o trabalho das referências regionais, comunicamos mais com gestores, profissionais e sociedade as políticas da atenção primária à saúde, ganhamos capilaridade sem perder de vista o nosso papel de formulador de políticas públicas”, destacou o diretor do Departamento de Apoio à Gestão da Atenção Primária, Wellington Mendes Carvalho.
“Com a aproximação entre a gestão federal e as referências regionalizadas, é possível também identificar os desafios de cada território e alinhar as ações, as diretrizes e os planos futuros”, lembrou o diretor.
Outros avanços do Mais Médicos em 2024
Pela primeira vez na história do programa, foi lançado um edital de chamamento com cotas para pessoas com deficiência e grupos étnico-raciais, como negros, quilombolas e indígenas.
Outro destaque foi a concessão de curso e bolsa-formação em preceptoria de medicina de família e comunidade de R$4.000 a 2.700 residentes de medicina de família e comunidade (MFC). Essa formação prepara o futuro médico de família e comunidade para que ele transmita o conhecimento adquirido a novos profissionais em formação, ampliando assim a capacidade do país de criar novos programas de residência médica em MFC.
O Ministério da Saúde anunciou, ainda, a integração das formas de provimento do programa, o que garante mais segurança às equipes de saúde e fortalece o atendimento à população. Com isso, 3,6 mil médicos bolsistas serão efetivados pela Agência Brasileira de Apoio à Gestão do Sistema Único de Saúde (AgSUS), com permanência nos municípios onde já atuam, mantendo o vínculo com a comunidade.
Natural de Cabo Verde, Dra. Ana Cristina Veiga Silva quer inspirar outras profissionais mulheres a ocuparem espaços na medicina
Quem vê o currículo da médica radicada em Recife (PE), Ana Cristina Veiga Silva, neurocirurgiã, mestre em neurotrauma, vice-presidente da Associação de Neurocirurgiões dos PALOP, doutoranda na UFPE e participante do Programa de Jovens Lideranças Médicas da Academia Nacional de Medicina, não imagina os obstáculos que a profissional precisou superar para conquistar seu espaço. Como mulher negra em uma especialidade majoritariamente masculina, ela frequentemente enfrentou situações em que precisou ser validada por colegas ou provar sua qualificação técnica para ser ouvida.
Natural de Cabo Verde, a Dra. Ana, hoje, com 37 anos de idade, chegou ao Brasil aos 20, pelo Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G). Se formou em medicina pela Universidade Federal do Pará, fez especialização em neurocirurgia pelo Hospital da Restauração e segue em formação acadêmica no doutorado pela Universidade Federal de Pernambuco.
A doutora é uma das 20 médicas integrantes do Programa ELISA (Edições de Livre Iniciativa de Solidariedade e Apoio), ação criada pela empresa Medtronic, líder em tecnologia na saúde, para ampliar o número de mulheres em especialidades médicas com maior participação masculina. O ELISA une médicas experientes de áreas com mais homens em atuação a jovens doutoras, em um formato de mentoria, para que as mais experientes preparem e encorajem as jovens profissionais. No programa, a Dra. Ana Veiga é mentorada pela Dra. Viviana Guzzo Lemke, cardiologista intervencionista.
“O objetivo é trabalharmos juntas para superar as barreiras impostas às mulheres nas especialidades médicas, uma incontestável demonstração de comprometimento com a equidade de gênero na medicina”, comenta a Dra.
De acordo com a neurocirurgiã, o preconceito na carreira veio, muitas vezes, dos próprios pacientes e funcionários dos hospitais. “Não cogitavam ter uma pessoa como eu prestando assistência, principalmente em ambientes elitistas. Mesmo estando fardada, com crachá de identificação, solicitavam que chamasse o médico. O que as pessoas enxergam primeiro é o fato de ser preta e mulher, o que não seria problema se não fosse limitador e excludente”.
Apesar dos obstáculos, a Dra Ana sempre seguiu seu propósito. Durante o segundo ano da residência em neurocirurgia, teve uma gravidez inesperada, o que acrescentou mais um desafio à continuidade de sua formação. Mesmo diante das adversidades, a médica superou os obstáculos com resiliência e seguiu determinada em sua carreira.
Hoje, é neurocirurgiã e neurocientista, estudando e atuando na assistência a pacientes com afecções neurológicas que necessitam de intervenção cirúrgica principalmente por neurotrauma.
Além do trabalho assistencial, a doutora é membro fundadora uma associação que conecta neurocirurgiões dos países africanos de língua oficial portuguesa - PALOP, promovendo colaboração e desenvolvimento na neurocirurgia lusófona africana.
Ela também faz parte do grupo de pesquisas advances in neurscience e trabalha como facilitadora do centro de simulação da Faculdade pernambucana de saúde, contribuindo para a formação da próxima geração de médicos, e, quem sabe, neurocirurgiões.
A neurocirurgia é uma área que exige conhecimento profundo, habilidades específicas e extrema dedicação. Dra. Ana encontrou nesta especialidade uma paixão que a impulsionou a seguir adiante, mesmo em um ambiente predominantemente masculino.
“O fascínio pelo modo de funcionamento do cérebro é instigante, sempre fui movida pela curiosidade e possibilidade de desmembramento de coisas complexas em porções acessíveis que efetivamente tivessem impacto no dia a dia das pessoas. A neurocirurgia parece distante e complexa, quase intangível”, comenta a doutora.
No programa ELISA da Medtronic, a Dra Ana Veiga espera poder estimular ainda mais jovens médicas, como representação como a força de vontade e a dedicação, aliadas às oportunidades certas, podem romper barreiras e transformar destinos.
“Acredito que a minha história evidencia que o lugar de onde se vem, não necessariamente precisa determinar o futuro, e que o acesso a oportunidades pode proporcionar o desenvolvimento necessário para alcançar o sucesso em qualquer área e lugar do mundo”, finaliza.