Uma operação do Ministério Público Estadual (MPE) prendeu em flagrante, na manhã desta sexta-feira (11), a irmã da prefeita de Major Izidoro, por prática de furto qualificado de água. A ação acontece simultaneamente nos municípios de Major Izidoro e Maravilha, alto Sertão de Alagoas e conta com representantes da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) e apoio policiais civis e militares.
O primeiro flagrante foi registrado na casa dos pais da prefeita de Major Izidoro, Santana Mariana da Silva. O casal não estava no imóvel, porém, a irmã da gestora, Ângela Maria Mariana da Silva, que também reside no local, foi presa em flagrante.
Os técnicos e engenheiros da Casal descobriram uma tubulação de diâmetro de 50mm que foi interligada à rede da Companhia de forma criminosa. "Esse é um dos motivos pelos quais falta água na cidade. A quantidade de água ilegal que é retirada da rede de abastecimento é enorme porque, durante a semana, são várias as viagens que os carros-pipas fazem. Eles captam a água e abastecem um hotel de propriedade da família e vários órgãos públicos. Isso já constatamos por meio do nosso serviço de inteligência", informou Francisco Beltrão, vice-presidente da Casal.
Os segundo e terceiro alvos foram os lava jatos JF e Edson, também em Major Izidoro. Seus donos, José Fernandes e Edson Lins dos Santos, também foram detidos pelo crime de furto qualificado de água. No JF, a fraude foi no hidrômetro, praticada com a finalidade da adulteração no consumo de água. Já no lava jato do Edson, a irregularidade foi na captação ilegal de água na rede de abastecimento da Casal.
"Atendendo ao pleito da Casal, o Ministério Público se juntou a essa força-tarefa para combater essa crime que é tão comum aqui no Sertão. As pessoas presas vão ser responsabilizadas penalmente após os promotores naturais de cada comarca receberem os inquéritos policiais. Além disso, a Casal deverá ingressar com as devidas ações de ressarcimento, buscando reaver os prejuízos sofridos", esclareceu o promotor de Justiça Luiz Tenório.
Penalidades
Ao todo, 17 alvos serão fiscalizados pelo MPE/AL e pela Casal durante todo o dia de hoje. Até o momento, não houve resistência as prisões e os acusados serão levados as delegacias regionais de Batalha e Santana do Ipanema para a devida lavratura dos flagrantes.
O crime de furto qualificado prevê pena de prisão que pode variar entre dois e oito anos de reclusão. Os acusados serão indiciados e ficarão à disposição da Justiça.
A operação começou a ser planejada há três meses, depois que denúncias chegaram à Procuradoria-Geral de Justiça através da Casal, informando que políticos da região, produtores rurais e comerciantes estavam fraudando os registros de água e retirando-a ilegalmente das tubulações que levam abastecimento às residências e negócios de pequeno e médio portes nessas cidades.