Joelson Aguilar dos Santos, ex-gerente das contas de pessoa jurídica de Dudu no banco Bradesco, foi preso temporariamente na manhã desta segunda-feira. Esta é parte da investigação sobre o desfalque sofrido pelo atacante do Palmeiras, que já passa de R$ 20 milhões.
O mandado de prisão havia sido expedido no dia 21 de agosto e foi executado nesta manhã. Ele ficará detido por cinco dias, com possibilidade de renovação por mais cinco.
Além de ter sido gerente das contas de Dudu, Joelson já foi citado como responsável pela venda de uma Mercedes GLA 250, registrada na empresa de Dudu e transferida com assinatura falsa, sem conhecimento do jogador.
Thiago Donda, ex-braço direito do jogador e outro envolvido na investigação, também teve mandado de prisão expedido, mas não há informações de que foi encontrado até agora.
Tanto Joelson quanto Thiago Donda já passaram por busca e apreensão policial em março. Eles são citados como possíveis envolvidos na movimentação irregular nas contas do atacante do Palmeiras.
A defesa de Joelson foi procurada e disse não estar sabendo do mandado de prisão. Já o advogado de Thiago Donda recebeu com "absoluta surpresa" a decisão da Justiça.
– Recebemos com absoluta surpresa a decretação da prisão temporária, especialmente considerando que os autos não trazem qualquer elemento que justifique essa medida extrema. Não há, de forma alguma, indícios ou circunstâncias que apontem para a necessidade dessa privação de liberdade, seja para a preservação da ordem pública, para evitar prejuízo às investigações ou por qualquer outro fundamento legal – disse Wellington Martins, advogado de Thiago.
– A decisão, além de desproporcional, parece desprovida de base jurídica sólida. Diante disso, é evidente que vamos requerer a reavaliação imediata dessa média, pois a manutenção dessa ordem se revela não apenas injusta, mas também completamente desnecessária – acrescentou.
A assessoria de imprensa de Dudu enviou a seguinte nota:
– O caso está sendo conduzido por sua equipe jurídica, liderada pela Dra. Adriana Cury e pelo Dr. Cid Vieira. Os advogados acreditam que as ordens de prisão de Thiago Donda, ex-assessor pessoal do jogador, e Joelson Aguilar dos Santos, ex-gerente do Banco Bradesco e responsável pelas contas bancárias do atleta, na época dos acontecimentos, são reflexo direto do que o inquérito policial apurou até o momento.
Já havia até um acordo com o governo para quitar o débito, além de execuções ajuizadas desde 2022, tudo sem conhecimento do camisa 7.
Os advogados do atacante do Palmeiras entendem que Thiago Donda poderia estar usando o valor que deveria ser para pagar os impostos da empresa aberta do jogador de forma indevida.
Thiago era assessor de Dudu e com o tempo começou a ter acesso às finanças do atacante e movimentar as contas, sem anuência dele, mas autorizado por funcionários do banco.
Desde então, iniciou-se uma auditoria para levantar o que vinha acontecendo, e os advogados do atleta pediram a abertura de inquérito, em que já eram citados como possíveis envolvidos Thiago Donda, Joelson e Thiago Rocha, ex-escrevente do 19º Cartório de Registro Civil de São Paulo, onde eram reconhecidas as assinaturas falsas.
Os advogados de Dudu entendem que houve uma série de fraudes:
Ainda que Thiago Donda seja citado como possível responsável, há o entendimento da acusação de que o ex-assessor não atuou sozinho e teve anuência de funcionários no Bradesco e também do 19º Cartório de Registro Civil de São Paulo.
No pedido de abertura de inquérito, a acusação também diz ter indícios de que o Donda abriu em 2021 a Nido Clínica de Estética Avançada e Medicina Esportiva com quantias retiradas das contas do jogador do Palmeiras sem seu consentimento.
Estão sendo avaliados crimes de estelionato, falsificação de documento público, falsidade ideológica e associação criminosa.
Dudu e sua equipe contrataram uma empresa de auditoria para levantar o valor total do desfalque. O cálculo não está fechado, mas já chega a uma quantia parcial de R$ 22 milhões.